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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Melhores Amigos.

Quando conhecemos uma pessoa, geralmente o que nos aproxima são as coisas que temos em comum um com o outro, e geralmente o que nos afasta (ou não nos deixa tão próximos) são aquelas pessoas que não temos nada em comum. O cristianismo nos ensina a amar uns aos outros, dando mais prioridade ao outro do que a nós mesmos. No decorrer da vida as pessoas com quem mais convivemos nem sempre são as que temos características em comum, dificultando ter uma afinidade ou aproximação. Essas pessoas na maioria das vezes são aquelas com quem trabalhamos e estudamos, pessoas que vemos todos os dias e apenas falamos “bom dia” ou “boa tarde” coisas do tipo, quando falamos, sem nos darmos conta que podemos estar vivendo com seres humanos extraordinários. Quando estamos num ambiente que não conhecemos ninguém, ou não temos vontade de conhecer ninguém, lembramos dos nossos melhores amigos! Como queríamos tê-los perto conosco nessas horas. Mas isso nem sempre é possível, então, não seria legal se tivéssemos melhores amigos em todos os cantos para onde vamos? Pois passamos por alguns apertos as vezes, e sempre é bom ter alguém por perto que possa nos defender, nos ouvir, nos apoiar quando nao tivermos forças para agir ou sustentarmos nossa emoção sozinho. Porém, muitas pessoas acreditam que melhores amigos, são difíceis de se encontrar, de se fazer, porque para construir uma amizade profunda é preciso muitas coisas, dentre elas: Tempo, características em comum, dificuldades que passaram juntos, que superaram juntos, momentos de felicidade, mas principalmente momentos de tristeza nos quais um esteve para curtir e apoiar um ao outro. Todos temos problemas, e a grande maioria convivem com verdadeiros Golias junto delas, e nós passamos perto de pessoas como essa falando apenas um bom dia, um boa tarde e não nos aproximamos, porque não temos nada em comum, ou temos o oposto em comum, ou simplesmente nao sentimos nada, sem sabermos o que as deixa mais felizes, ou o que as deixas mais tristes, ansiosas, nervosas, sem tentar descobrir o que a outra pessoa é, o que a outra pessoa tem, porque em uma observação superficial achamos que não temos nada em comum, que nunca vamos ter, ou que não podemos construir algo em comum. Todos temos grandes traumas que adquirimos conforme vamos vivendo, coisas que as vezes não contamos pra ninguém, e isso as vezes deixa uma marca de solidão dentro de nós, e quantas pessoas também podem se sentir dessa forma? Quando nos sentimos sozinhos precisando dos nossos melhores amigos, ou de mais melhores amigos, será que outras pessoas não se sentem da mesma forma? Eu creio que uma tsunami depressiva vem engolindo as pessoas nos dias de hoje, invadindo as suas emoções e afogando-as constantemente. Muitas pessoas se sentem sozinhas, tristes, ou não sentem nada, tendo dificuldade de se relacionar com outra, de sentir um sentimento bom por outra, se acomodando com o fato de serem, e se tornarem frias. Essas pessoas tem apenas um ou dois amigos que podem contar, que podem conversar mesmo, ou talvez algumas nem tenham. Não conseguem desabafar seus problemas ou exortar seus momentos de felicidade, não conseguem se socializar profundamente com o próximo e consigo mesmas. As diferenças de ponto de vista, de classe social, de estilo, são fatores que impedem muitas pessoas de se tornarem melhores amigas. Porque existem poucos melhores amigos nas nossas vidas? Porque conhecemos 50 pessoas e só duas ou uma delas podemos realmente contar de verdade?  Quem tem melhores amigos sabem o quanto eles são importantes para o sustento emocional durante a vida, então, porque não, termos vários melhores amigos? Compreender as pessoas, se colocar no lugar delas, fazermos paradoxos com experiências que vivemos com experiências que os outros viveram para tentar, talvez nem entendê-las, mas sentir o que sentem, ou chegar perto disso. Para assim compartilharmos os seus momentos de felicidade e de dor. Devíamos nos alegrar quando um irmão se alegra, não pelo motivo de ele estar alegre, mas só pelo fato de ele estar feliz. Podemos ter melhores amigos em qualquer lugar se nos esforçarmos a praticar a empatia, a tentar entender e sentir uns com os outros. Quantas pessoas nos surpreendem quando achamos que ela era alguma coisa, e depois que conhecemos por acaso vimos que ela é totalmente diferente, e acabamos nos impressionando?! Quando temos alguém para falarmos sobre os nossos problemas, para desabafar, sempre superamos de forma melhor, ou sentimos a dor de forma amenizada. Mas acredito que antes de sairmos conhecendo as pessoas, precisamos de uma dose de “solidão” para nos interiorizarmos e refletir sobre quem somos, o que fazemos, sobre o nosso comportamento. Aí sim, nos esforçar para conhecer um ao outro. Podemos ter melhores amigos em todo lugar, mas deve começar por nós mesmos! Para termos melhores amigos, as vezes precisamos nos tornar melhores amigos antes que eles se tornem nossos melhores amigos, ou mesmo que nunca se tornem! “O que fazemos na vida, ecoa pela eternidade” é verdade, sempre estamos influenciando ou sendo influenciado por alguém. Então mesmo que quando quisermos agradar alguém e a resposta desse alguém não for a mesma que a nossa, alguém viu, alguém notou. Talvez você tenha ganhado um melhor amigo naquele momento, mesmo que não tenha agido diretamente para isso. O mundo anda como um hospício, as virtudes estão se confundindo no coração das pessoas, e temos vivido como robôs, trabalhando para essa sociedade insana, vivendo para um curriculo excelente que nos possa garantir estabilidade financeira, e não vivendo por um caráter excelente que nos garanta estabilidade emocional. Se observarmos bem, a nossa vida faz sentido por causa das pessoas que conhecemos, das coisas que vivemos com pessoas. As pessoas são importantes, estão sempre conosco, e nós frequentemente nos negamos a nos tornar observadores de nós mesmos, de nossas emoções e das emoções dos outros. Quanto mais pessoas conhecemos e compreendemos profundamente, mais nos tornamos pessoas melhores, mais vivemos felizes, mais próximo chegamos do sentido da nossa existência coletiva e individual, quanto mais pessoas conhecemos, mais conhecemos a nós mesmos. Afinal, quem é que vive e não quer saber qual o significado da sua existência? Ou não quer atribuir um significado a sua existência? Para descobrirmos isso, creio que devemos ter melhores amigos, que as vezes nos conhecem melhor que nós mesmos, e sermos melhores amigos, para que possamos ajudar uns aos outros a viver nesse “[...] grande manicômio global que a sociedade se transformou.”. A vida faz mais sentido quando temos pessoas com quem nos importar, e quando temos pessoas que se importem com a gente. Vamos tomar o primeiro passo então, certo?

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